domingo, 21 de dezembro de 2008

Memória de um amigo


Nos primeiros tempos da minha passagem pela universidade conheci uma daquelas pessoas que podemos contar pelos dedos. Singular, inteligente e conhecedor. É poeta. Aqui deixo um seu poema de um livro intitulado "A Hora Perdida":

Este corpo, como todos os corpos,
vive ignorando o seu fim:
ramifica-se por quadros,
peças de fuga, estatuária grega;

os espaços vazios da tarde
ocupa-os com livros,
a noite sucumbe entre cálculos
e memórias emprestadas,

operáticos despiques
com Hamlet.

Jorge Gomes Miranda in, A Hora Perdida 

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