Nos primeiros tempos da minha passagem pela universidade conheci uma daquelas pessoas que podemos contar pelos dedos. Singular, inteligente e conhecedor. É poeta. Aqui deixo um seu poema de um livro intitulado "A Hora Perdida":
Este corpo, como todos os corpos,
vive ignorando o seu fim:
ramifica-se por quadros,
peças de fuga, estatuária grega;
os espaços vazios da tarde
ocupa-os com livros,
a noite sucumbe entre cálculos
e memórias emprestadas,
operáticos despiques
com Hamlet.
Jorge Gomes Miranda in, A Hora Perdida